Economia do Futuro

Compensar ou não compensar: eis a questão

Você já deve ter recebido uma proposta semelhante da sua companhia aérea: pague um pouco mais e compense as emissões de carbono do seu voo. Com essa transação simples, a promessa é voar sem culpa. Mas, se você é ouvinte desse podcast, já sabe que, infelizmente, não é tão fácil assim. 

Com o crescente escrutínio ao redor da qualidade da prática de offsetting, uma organização chamada Voluntary Carbon Markets Integrity Initiative lançou recentemente um código de conduta para os compradores de créditos de carbono. Entre as recomendações está que empresas parem, pelo menos por ora, de usar créditos para compensar as suas emissões. Ou seja: seria, pelo menos, uma pausa na estratégia de offsetting.  

Os créditos de carbono poderiam continuar a ser comprados, mas como uma espécie de contribuição voluntária para o clima. Dependendo da sua qualidade - ou, como se chama no setor, da sua integridade - os créditos seriam divididos nas categorias prata, ouro e platina, como forma de comunicar a ambição desses compradores. 

A VCMI, na sigla em inglês, é uma organização sem fins lucrativos, que nasceu na COP 26, a Conferência do Clima das Nações Unidas, exatamente para dar parâmetros de qualidade ao mercado voluntário de carbono. Nesse episódio eu converso com Ana Carolina Avzaradel Szklo, diretora técnica da ong. 

Essa conversa ilustra bem as atuais incertezas ao redor do produto crédito de carbono e seu potencial real para mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. Há várias organizações no mundo tentando encontrar mecanismos eficientes para a contribuição de empresas e consumidores para o clima. Mas o uso de offsetting ainda está longe de ser um consenso. 



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